A história dos surdos registra os
acontecimentos históricos dos surdos, como um grupo que possui uma lingua, uma
identidade e uma cultura.
Ao longo das eras, os surdos travaram
grandes batalhas pela afirmação da sua identidade: da comunidade, da sua lingua
e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje.
Idade Média
No Egito, os surdos eram adorados, como
se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os Faraós, sendo
temidos e respeitados pela população.
Na época do povo Hebreu, na Lei
Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos surdos conforme registra
o livro biblico Leviticos “Não almadiçoarás o surdo, nem porás tropeço diante
do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor” (19:14).
Na antiguidade os chineses lançavam-nos
ao mar, os gauleses sacrificavam-os aos deuses Teutates, em Esparta eram
lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os surdos eram encarados como seres
incompetentes. Aristóteles ensinava que os que nasciam surdos por não possuírem
linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença comum na época fazia com
que, na Grécia os surdos não recebessem educação secular, não tivessem direitos,
fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais e os doentes) e
que muitas vezes fossem condenados à morte. No entanto, em 360 A.C., Sócrates,
declarou que era aceitável que os surdos se comunicassem com as mãos e o corpo.
Em Constantinopla, as regras para os
surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os surdos realizavam algumas
tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos,
de entretenimento do sultão.
Mais tarde, Santo Agostinho defendia a
ideia de que os pais de filhos surdos estavam pagando por algum pecado que
haviam cometido. Acreditava-se que os surdos podiam se comunicar por meio de
gestos, que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à salvação da alma.
Os cristãos, até à Idade Média, criam
que os surdos, diferentemente dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma
vez que eram incapazes de proferir os sacramentos.
John Beverley, em 700 D.C., ensinou um
surdo a falar, pela primeira vez (em que há registo).
É só aqui, no fim da Idade Média e
inicio do renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva
da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a ótica médica e
científica.
Idade Moderna
Foi na Idade Moderna que se distinguiu,
pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo deixou de ser a
designação do surdo.
Pedro Ponce de León, um monge católico
da ordem dos beneditinos, inicia mundialmente a história dos surdos, tais como
a conheceram hoje em dia. Para além de fundar uma escola para surdos, em Madri,
ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos surdos, de pessoas
nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que
pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os
surdos, na época, era tão somente económica).
Juan Pablo Bonet aproveitando o
trabalho iniciado por León foi estudioso dos surdos e seu educador. Escreveu
sobre as maneiras de ensinar os surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto
manual. Bonet proibia o uso da línguagem gestual, optando pelo método oral.
Jonh Bulwer, médico inglês, acreditava
que a língua gestual deveria possuir um lugar de destaque na educação para os
surdos, foi o primeiro a desenvolver um método para se comunicar com os surdos.
John Wallis (1616-1703), educador de
surdos e estudiosos da surdez, depois de tentar ensinar vários surdos a falar,
desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais ao ensino da escrita. George
Dalgamo desenvolveu um sistema inovador de dactilologia. Konrah Amman, defensor
da leitura labial, já que considerava que a fala era uma dádiva de Deus que
fazia com que a pessoa fosse humana (não considerava os surdos que não falavam
como humanos). Amman não fazia uso da língua gestual, pois acreditava que os
gestos atrofiavam a mente, embora os usasse como método de ensino, para atingir
a oralidade.
Charles Michel de L'Épée, nascido em
1712, ensinava numa primeira fase os surdos, por motivos religiosos. Muitos o
consideram criador da língua gestual, embora saibamos que a mesma já existia
antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua realmente existia e que se
desenvolvia (embora a não considerasse uma língua como a gramática). As suas
principais contribuições foram:
•
Criação do Instituto
Nacional de Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola de surdos do mundo).
•
Reconhecimento do
surdo como ser humano, por reconhecer a sua língua.
•
Adoção do método de
educação coletiva.
•
Reconhecimento de que
ensinar o surdo a falar seria perda de tempo, antes que se devia ensinar-lhe a
língua gestual.
Jacob Rodrigues Pereira, educador de
surdos que usava gestos, mas sempre defendeu a oralização dos surdos. Nunca
publicou nenhum dos seus estudos. Thomas Braidwood fundou uma escola de surdos,
em Edimburgo (a primeira escola de correcção da fala da Europa). Samuel
Heinicke ensinou vários surdos a falar, criando e definindo o método hoje
conhecido como Oralismo.
Roch-Ambroise Cucurron Sicard foi um
abade francês, famoso pelo seu trabalho como educador de surdos; Sicard fundou
a escola de surdos de Bordéus, em 1782, posteriormente sucedeu a L'Épée, como
director do instituto criado pelo mesmo, também apoiou a criação de vários
institutos de surdos em todo o país. Pirre Desloges, francês, tornou-se surdo
aos 7 anos, devido à varíola, foi defensor da língua gestual, tendo sido autor
do primeiro livro publicado por um surdo, onde revelava a sua indignação contra
as ideias do Abade Deschamps, que havia publicado um livro que criticava a
língua gestual.
Jean Itard, primeiro médico a
interessar-se pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas, usava os
seguintes métodos nas suas pesquisas: cargas elétricas, sangramentos,
perfuração de tímpanos, entre outras.
Jean Massieu foi um dos primeiros professores
surdos do mundo. Laurent Clerc, surdo francês, educador, acompanhou Thomas
Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde abriram uma escola para
surdos, em Abril de 1817, a Escola de Hartford. Gallaudet instituiu nessa
escola a Língua Gestual Americana, passou ainda a ser usado o inglês escrito e
o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se reformou, já existiam nos
Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos.
Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas
Gallaudet e também educador de surdos, lutou pela elevação do estatuto do
Instituto de Colúmbia a colégio. Esse colégio deu origem, em 1857, à
Universidade Gallaudet, onde foi presidente por 40 anos.
Nesse interím, Alexander Graham Bell,
cientista estadunidense, trabalhava na oralização dos surdos. Casou com uma
surda, Mabel. Bell era grande defensor do oralismo e opunha-se à língua gestual
e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava como um perigo contra a
sociedade. Assim sendo, Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar
entre si e deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais, regulares. No
entanto, em 1887 Bell, no Congresso de Milão, admitiu que os surdos deveriam
ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser
expostos à língua gestual. Esta luta entre o oralismo e a língua gestual
continua até aos nossos dias.
Em 1880 nasce Hellen Keller, nos
Estados Unidos. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de
uma doença. Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos para se comunicar
com os familiares. Anne Sulivan, a professora de Hellen, isolou-a do resto da
família, conseguindo assim disciplinar e ensinar Hellen. Sullivan ensina a
Hellen usando o método de Tadona, que consiste em tocar os lábios e a garganta
da pessoa que fala, sendo isso combinado com dactilologia na palma da mão.
Hellen aprendeu a ler inglês, francês, alemão, grego e latim, através do
braile. Aos 24 anos formou-se, em Radcliffe. Foi sufragista, pacifista e
apoiante do planeamento familiar. Fundou o Hellen Keller International, uma
organização para prevenir a cegueira. Publicou muitos livros e foi galardoada
por Lydon B. Johnson, com a Presidential Medal od Freedoms.
Bébian fundou uma escola privada para
surdos, em Paris, onde usava o seu defendido método oralista, sendo proibido
aos alunos do Instituto Nacional que contatassem com Bébian, quer dentro quer
fora do Instituto.
Em 1829 o Instituto tinha apenas dois
professores surdos e apenas alunos do sexo masculino usufruíam de suas aulas,
não existiam pessoas surdas no conselho diretivo, no conselho colsultivo, na
formação vocacional, nem mesmo entre os monitores. Por estarem cientes destes
problemas, alguns professores uniram-se na tentativa de mudar o rumo da
situação e surgem então duas frentes ideológicas, de um lado os defensores do
método oralista, de outro lado os defensores do gestualismo.
No final de 1830 houve um grande
movimento de pessoas surdas, que mexeu com as bases do instituto. Ferdinad
Berthier, líder de uma delegação de surdos, escreveu ao Rei Luís Filipe, de
França, pedindo a readmissão de Bébian na direção do Instituto - o que chocou
de tal modo a administração do Instituto que apenas aumentou as lutas e os
desentendimentos de adeptos oralistas e gestualistas, que entraram em ruptura.
Neste época, quase todas as escolas de
surdos da França usavam os métodos de Bébian na educação dos surdos e
criticavam as posições do Instituto.
Em 1834, um comité de dez membros
surdos liderados por Berthier organizou um banquete em honra do Abade de
L'Épée, banquete esse que se tornou um evento anual, usado pelos surdos como
fórum a fim de publicitar as suas ideias e exigências. Nascia assim o Movimento
Surdo, numa época em que pessoas surdas tomavam conta de suas vidas e tomavam
consciência do que os rodeava, lutando por seus direitos e resolvendo seus
próprios problemas. Com o tempo, estes banquetes tornaram-se festivais de
Língua Gestual.
Em 1838 foi fundada a Sociedade Central
de Assistência e Educação de SurdosMudos, a primeira associação de surdos do
mundo.
Metodos gestualismo e oralismo
Antes do Congresso de Milão, na Europa,
durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos
surdos: o gestualismo (ou método francês) e o oralismo (ou método alemão). A
grande maioria dos surdos defendia o gestualismo enquanto que apenas os
ouvintes apoiavam o oralismo - por exemplo Bell, nos EUA, fazia campanha a
favor deste método, entre muitos outros professores, médicos, etc.
Em 1872, no Congresso de Vezena, decidiu-se o
seguinte:
•
O meio humano para a
comunicação do pensamento é a língua oral
•
Se orientados, os
surdos lêem os lábios e falam
•
A língua oral tem
vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da
moral e da linguística
O Congresso de Milão, em 1880, foi um
momento obscuro na história dos surdos, uma vez que lá um grupo de ouvintes,
tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a
pelo oralismo (o comité do congresso era unicamente constituído por ouvintes).
Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na educação dos
surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.
O Congresso durou 3 dias, nos quais
foram votadas 8 resoluções, sendo que apenas uma (a terceira) foi aprovada por
unanimidade. As resoluções são:
1.
O uso da língua
falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual
2.
O uso da língua
gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surda afeta a fala, a
leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura
deve ser preferida
3.
Os governos devem
tomar medidas para que todos os surdos recebam educação
4.
O método mais apropriado
para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala
depois a escrita), a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos,
com a maior clareza possível, devem ser facultados aos surdos livros com
palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo
5.
Os educadores de
surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas
desta matéria
6.
Os surdos, depois de
terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido,
devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já
que a fala se desenvolve com a prática
7.
A idade mais
favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo
que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos, nenhum educador
de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo
8.
Com o objectivo de se
implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças
surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da
fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais
avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem
contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo
sistema oral.
Uma década depois do Congresso de
Milão, acreditava-se que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido
das escolas em toda a Europa, e o oralismo espalhavase para outros continentes.
Segunda Guerra Mundial
Em 1920, antes da chegada dos nazistas
ao poder, surgiu nos EUA e na Alemanha um movimento da comunidade médica, com
apoio das sociedades em questão, em prol da esterilização de doentes mentais e
psicopatas criminosos (na Alemanha este movimento ficou conhecido como higiene racial). Em 1933, com a chegada
dos nazistas ao poder, este movimento teve suporte político. Nesse mesmo ano,
na Alemanha, foi aprovada uma lei para esterilizar as pessoas que possuíam
doenças genéticas transmissíveis, incluindo a surdez.
Na época, Berlim continha cerca de vinte e cinco
comunidades de surdos.
Em Junho de 1933, o jornal alemão
mencionou o primeiro surdo a pertencer às S.A. e uma unidade militar composta
dos surdos, um ano mais tarde, esta unidade foi dissolvida, sob pretexto de que
o grupo não reunia o perfil da imagem do nazismo ideal.
Entretanto, os surdos começaram a perder os seus
direitos:
•
os programas
recreativos para surdos foram extintos
•
crianças surdas foram
expulsas das escolas e denunciadas às autoridades
•
gradualmente, as
escolas de surdos foram encerradas e convertidas em hospitais militares.
Dados comprovam que, em 1937, 95% das
crianças surdas pertenciam à juventude hitleriana, tendo a letra G (em alemão,
inicial de gehoerlosan) marcada no
ombro do casaco.
Posteriormente, assim que começou a
guerra, a Alemanha passou da esterilização para a eutanásia, tanto por razões
económicas, como por razões ideológicas. Em 1941, era comum o uso de eutanásia
nos hospitais, onde eram mortos bebés com deficiência, incluindo surdos.
Posteriormente, tornou-se comum a prática do aborto, que era aplicada quando se
suspeitava que os fetos poderiam ter deficiências congénitas, ou qualquer tipo
de doença, como no caso da surdez.
Poucos surdos escaparam, sobrevivendo
em guetos e nos campos de concentração na Alemanha, Polónia e Hungria.
História da Educação de Surdos
No Brasil
No passado, os surdos eram considerados
incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas.
As pessoas surdas, principalmente as
que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir
ou herdar bens e viver como as demais pessoas.
No final do século XV, não havia
escolas especializadas para surdos; pessoas ouvintes tentaram ensinar aos
surdos, surge Giralamo Cardamo, um italiano que utilizava sinais e linguagem
escrita; posteriormente Pedro Ponce de Leon, um monge beneditino espanhol que
utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios.
1855 – Primeira iniciativa de educação
de surdos quando o professor francês surdo Ernest Huet, a convite de D. Pedro
II, veio ao Brasil e preparou um programa que consistia em usar o alfabeto
manual e a Língua de Sinais da França.
1857 – No dia 26 de setembro, através
da Lei 839, assinada por D. Pedro II, fundou-se o então Instituto Nacional de
Educação dos Surdos-Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação dos Surdos
(INES) no Rio de Janeiro. Huet foi Diretor do Instituto de Surdos de Paris e do
INESM.
1873 – Surge à publicação do mais
importante documento encontrado até hoje sobre a Língua Brasileira de Sinais, o
“Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos”, de autoria do aluno surdo Flausino
José da Gama, ex-aluno do INSM com ilustrações de sinais separados por
categorias (animais, objetos, etc). Esta linguagem não é mais usada atualmente.
1913 – Em 24 de Maio, é fundada por
João Brasil Silvado Jr. a Associação Brasileira dos Surdos-mudos (ABSM), cuja
cultura obteve um grande desenvolvimento. 1911 - O Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES) passou a seguir a tendência mundial, utilizando o
oralismo puro.
1930 a 1947 – Dr. Armando Paiva Lacerda
ex-diretor do INES. Exige que os alunos não usem a Língua de Sinais: podendo
apenas utilizar o alfabeto manual e um bloco de papel com lápis no bolso para
escrever as palavras que quisessem falar.
1950 – Os surdos não conseguem
adaptar-se a essa imposição do oralismo e continuam a usar a Língua de Sinais e
o alfabeto manual. Os professores e inspetores burlam as ordens na comunicação
com os alunos surdos.
1957 - Proibida totalmente a utilização da língua
de sinais no INES.
Década de 1950 – O poder do método
oralista francês cresce em todo o Brasil sob a responsabilidade da Profª. Alpia
Couto.
1975 - Chega ao Brasil a Comunicação Total.
1977 - Criado no Rio de Janeiro a
Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos, FENEIDA,
com diretoria de ouvintes.
1980
- Chega ao Brasil o
Bilinguismo, porém de fato em 1990.
1981
- Início das
pesquisas sistematizadas sobre a Língua de Sinais no Brasil.
1982
- Lucinda Ferreira
Brito inicia seus importantes estudos linguísticos sobre a Língua de Sinais dos
índios Urubu-Kaapor da floresta amazônica brasileira, após um mês de
convivência com os mesmos, documentando em filme sua experiência.
1983
- Criação no Brasil da
Comissão de Luta pelos Direitos dos Surdos.
1986
- O Centro SUVAG (PE)
faz sua opção metodológica pelo Bilinguismo, tornando-se o primeiro lugar no
Brasil em que efetivamente esta orientação passou a ser praticada.
1987
- Criação da
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), EM 16/05/87,
sob a direção de surdos.
1991 - A LIBRAS é reconhecida
oficialmente pelo Governo do Estado de Minas Gerais (lei nº 10.397 de 10/1/91).
1994 - Brito passa a utilizar a
abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria
comunidade surda para designar a LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos
Brasileiros).
1994
- Começa a ser
exibido na TV Educativa o programa VEJO VOZES
(out/94 a fev/95), usando a Língua de Sinais
Brasileira.
1995
- Criado por surdos
no Rio de Janeiro o Comitê Pró-Oficialização da Língua de Sinais.
1996
- São iniciadas, no
INES, em convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
pesquisas que envolvem a implantação da abordagem educacional com Bilinguismo
em turmas da pré-escola, sob a coordenação da linguista E. Fernandes.
1998
- TELERJ - do Rio de
janeiro, em parceria com a FENEIS, inauguraram a Central de atendimento ao
surdo - através do número 1402, o surdo em seu TS, pode se comunicar com o
ouvinte em telefone convencional.
1999
- Em março, começam a
ser instaladas em todo Brasil teles salas com o Telecurso 2000 legendado.
2000
- Closed Caption, ou legenda oculta. Após três anos de funcionamento no Jornal Nacional
ela é disponibilizada aos surdos também nos programas Fantástico, Bom Dia
Brasil, Jornal Hoje, Jornal da Globo e programa do Jô.
2000 - TELERJ: Telefone celular para surdos com a
opção de SMS.
2002 - É promulgada a lei 10.436 em 24
de abril, reconhecendo a Libras como língua oficial das comunidades surdas do
Brasil.
Em 4 de abril de 2002, a lei nº 10. 436
reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação
e expressão.
2005
- O Decreto 5626 em
22 de dezembro veio regulamentar a lei 10436.
2006
- Exame de
Certificação Tradutor Intérprete de Libras – Prolibras, instrutor de Libras e o
Curso de Letras-Libras Bacharelado e Licenciatura EaD.
2010 - Promulgada a lei 12.319 em 01 de
Setembro, que regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
Conclusão
Grandes conquistas, mas...
"Houve grandes
conquistas, mas há ainda um longo caminho a ser trilhado"
O vôo da gaivota
"Recuso-me a ser
considerada excepcional, deficiente.
Não sou. Sou
surda.
Para mim, a língua de sinais
corresponde à minha voz, meus olhos são meus ouvidos.
Sinceramente nada me
falta.
É a sociedade que me torna excepcional...” Emmanuelle Laborrit
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