Escolas bilíngues
Esses problemas dão força aos argumentos dos defensores da escola bilíngue em libras-português. O principal deles é que não existe na instituição pública regular uma Educação que trate libras como a língua materna desses alunos, apesar de a Lei nº 9394/96 e o Decreto Federal nº 5.626, de 2005, estabelecerem esse direito. Quando há o Atendimento Educacional Especializado (AEE), ele ocorre, na maioria das vezes, no contraturno e poucos dias por semana, tempo insuficiente para o aprendizado da libras como primeiro idioma. Sem desenvolver o conhecimento da língua materna, os gestos realizados pelo intérprete não passam de mais códigos sem sentido para a criança surda, assim como são as palavras e os números.
Além disso, o método de alfabetização adotado em muitas escolas é o fônico, apoiado nos sons das letras. Nesse caso, a tradução literal feita em sala por um intérprete não funciona. É necessário ensinar o português com uma metodologia condizente com as necessidades do aluno, mais apoiada no uso de recursos visuais.
Os problemas se refletem na baixa presença de crianças surdas nas escolas comuns. Embora as matrículas estejam aumentando, ainda são pouco significativas. De acordo com o Censo Escolar 2012, há 27.540 alunos com surdez matriculados em turmas regulares (leia o gráfico abaixo). Segundo o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, há 800 mil pessoas surdas ou com deficiência auditiva até 17 anos no país.
Na tentativa de garantir a aprendizagem dessas crianças, a comunidade surda se agarra a um tipo de ensino voltado exclusivamente às necessidades delas. Por influência desse grupo, a meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, em tramitação no Congresso, foi modificada, abrindo a possibilidade de atendimento em escolas bilíngues.
Essa opção, no entanto, não é a ideal, porque não garante o acesso a todos. Manter escolas bilíngues em todos os bairros do país é uma tarefa quase impossível e o acesso escolar é um direito. Além disso, priva a criança de conviver com o diferente. O melhor seria que as instituições regulares fossem capacitadas para atender a todos.
A solução, portanto, pressupõe a elaboração e implementação urgente de políticas públicas que deem suporte à inclusão de crianças surdas. A escola tem de se tornar uma comunidade bilíngue, com livros, filmes e outros materiais adaptados, sinalizações nas duas línguas, oportunidades de trabalho a funcionários surdos e realização de palestras e cursos de libras a todos. O primeiro passo é investir em formação de educadores, fazendo com que a libras seja parte do cotidiano, não se restringindo à sala de AEE. Enquanto o país postergar a adoção de tais medidas, a inclusão desses estudantes existirá apenas no discurso.
Esses problemas dão força aos argumentos dos defensores da escola bilíngue em libras-português. O principal deles é que não existe na instituição pública regular uma Educação que trate libras como a língua materna desses alunos, apesar de a Lei nº 9394/96 e o Decreto Federal nº 5.626, de 2005, estabelecerem esse direito. Quando há o Atendimento Educacional Especializado (AEE), ele ocorre, na maioria das vezes, no contraturno e poucos dias por semana, tempo insuficiente para o aprendizado da libras como primeiro idioma. Sem desenvolver o conhecimento da língua materna, os gestos realizados pelo intérprete não passam de mais códigos sem sentido para a criança surda, assim como são as palavras e os números.
Além disso, o método de alfabetização adotado em muitas escolas é o fônico, apoiado nos sons das letras. Nesse caso, a tradução literal feita em sala por um intérprete não funciona. É necessário ensinar o português com uma metodologia condizente com as necessidades do aluno, mais apoiada no uso de recursos visuais.
Os problemas se refletem na baixa presença de crianças surdas nas escolas comuns. Embora as matrículas estejam aumentando, ainda são pouco significativas. De acordo com o Censo Escolar 2012, há 27.540 alunos com surdez matriculados em turmas regulares (leia o gráfico abaixo). Segundo o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, há 800 mil pessoas surdas ou com deficiência auditiva até 17 anos no país.
Na tentativa de garantir a aprendizagem dessas crianças, a comunidade surda se agarra a um tipo de ensino voltado exclusivamente às necessidades delas. Por influência desse grupo, a meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, em tramitação no Congresso, foi modificada, abrindo a possibilidade de atendimento em escolas bilíngues.
Essa opção, no entanto, não é a ideal, porque não garante o acesso a todos. Manter escolas bilíngues em todos os bairros do país é uma tarefa quase impossível e o acesso escolar é um direito. Além disso, priva a criança de conviver com o diferente. O melhor seria que as instituições regulares fossem capacitadas para atender a todos.
A solução, portanto, pressupõe a elaboração e implementação urgente de políticas públicas que deem suporte à inclusão de crianças surdas. A escola tem de se tornar uma comunidade bilíngue, com livros, filmes e outros materiais adaptados, sinalizações nas duas línguas, oportunidades de trabalho a funcionários surdos e realização de palestras e cursos de libras a todos. O primeiro passo é investir em formação de educadores, fazendo com que a libras seja parte do cotidiano, não se restringindo à sala de AEE. Enquanto o país postergar a adoção de tais medidas, a inclusão desses estudantes existirá apenas no discurso.
Matrículas de surdosCresce acesso à escola regular
Fonte Censo Escolar
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