terça-feira, 9 de agosto de 2016

PRONOMES PESSOAIS PRONOMES DEMONSTRATIVOS E ADVÉRBIOS DE LUGAR

PRONOMES PESSOAIS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
E ADVÉRBIOS DE LUGAR
EU olhando para o receptor EST@ / AQUI olhando para o lugar apontado, perto do emissor (perspectiva do emissor)
VOCÊ olhando para o recptor ESS@ / AÍ olhando para o lugar apontado, perto da 2a. pessoa (perspectiva do emissor)
EL@ olhando para o receptor AQUEL@ / LÁ olhando para o lugar convencionado para 3a pessoa ou coisas afastadas
Como os pronomes pessoais, os pronomes demonstrativos também não possuem marca para gêneros masculino e feminino e, por isso, está ausência, ou neutralidade, está sendo assinalada pelo símbolo @.
5.3.3. Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos, como os pessoais e demonstrativos, também não possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa possuída, como acontece em português:
  • EU => ME@ SOBRINH@;
  • VOCÊ => TE@ ESPOS@;
  • EL@ => SE@.FILH@
Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor; a outra é a configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito.
Para as segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o movimento é em direção à pessoa referida: segunda ou terceira.
Não há sinal específico para os pronomes possessivo no dual, trial, quadrial e plural (grupo), nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes. Exemplo: NÓS FILH@ “nosso(a) filho(a)”
5.3.4. Pronomes Interrogativos
5.3.4.1. QUE, QUEM, ONDE
Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no início da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM, quando está sendo usado com o sentido de “quem-é” ou “de quem é” são mais usados no final. Todos os três sinais têm uma expressão facial interrogativa feita simultaneamente com eles.
O pronome interrogativo QUEM, dependendo do contexto, tem duas formas diferentes, os sinais QUEM e o sinal soletrado QUM. Se se quer perguntar “quem está tocando a campainha”, usa-se o sinal QUEM; se quer perguntar “quem faltou hoje” ou “quem está falando” ou ainda “quem fez isso”, usa-se o sinal soletrado QUM, como nos exemplos abaixo:
interrog.
(20) QUEM
QUEM NASCER RIO?
QUEM FAZER ISSO?
PESSOA, QUEM-É? “Quem é esta pessoa?”
CANETA, QUEM-É “De quem é está caneta”
(contexto: Telefone TDD tocar) QUEM-É?
(contexto: Campainha tocar) QUEM-É
interrog.
(21) QUM
QUM TER LIVR@?
QUM FALAR?
5.3.4.2. QUAL, COMO, PARA-QUE e POR-QUE
Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos pronomes interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUE, e para a utilização, no início da frase, do pronome interrogativo POR-QUE, mas os primeiros podem ser usados também no início e POR-QUE pode ser utilizado também no final.
Não há diferença entre o “por que” interrogativo e o “porque” explicativo, o contexto mostra, pelas expressões facial e corporal, quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou em frase explicativa à pergunta.O pronome interrogativo COMO também tem outra forma em datilologia:
C-O-M-O. Exemplos:
  • QUAL?

(22) BLUSA MAIS BONIT@. ESTAMPAD@ OU LIS@ QUAL?
MAIS BONIT@ ESTAMPAD@.
(23) VOCÊ LER LIVRO? QUAL NOME?
NOME “ VENDO VOZES”
  • COMO?
(24) VOCÊ IR PRAIA AMANHÃ CARRO ÔNIBUS A-PÉ? COMO?
CARRO. VOCÊ QUER IR-JUNTO?
(25) EL@ COMPRAR CARRO? C-O-M-O TER DINHEIRO?
EL@ GANHAR LOTO
  • PARA-QUE?
(26) FALAR M-L EL@ PRA-QUE?
PORQUE EU GOSTAR-NÃO EL@
(27) CHEGAR ATRASAD@ , VOCÊ BEBER?
NÃO, PENSAR M-L! PRA-QUE? BOBAGEM! exp.facial “parece que ele percebeu, me dei mal!!
  • POR-QUE?
...interrog...
(28) POR-QUE FALTAR ONTEM TRABALHAR?
POR-QUE ESTAR DOENTE.
5.3.4.3. QUANDO, DIA, QUE-HORA, QUANTAS-HORAS
  • QUANDO e DIA
Sempre simultaneamente aos pronomes ou expressões interrogativas há uma expressão facial indicando que a frase está na forma interrogativa.
A pergunta com QUANDO está relacionada a um advérbio de tempo na resposta ou a um dia específico. Por isso há três sinais diferentes para “quando”. Um que especifica passado: QUANDO-PASSADO ( palma da mão com um movimento para o corpo do emissor), outro que especifica futuro: QUANDO-FUTURO (palma da mão com um movimento para fora do corpo do emissor), e outro que especifica o dia: DIA. Exemplos:
interrogativo
(29) QUANDO-PASSADO
interrogativo
  • EL@ VIAJAR RECIFE QUANDO-PASSADO?
Resposta: ONTEM, MÊS PASSADO, ANO-PASSADO, etc.
interrogativo interrogativo
(30) QUANDO-FUTURO ou DIA
interrogativo
  • EL@ VIAJAR SÃO-PAULO QUANDO-FUTURO?
Resposta: AMANHÃ, PRÓXIMO MÊS, DOMINGO, etc;
interrogativo
(31) DIA
interrogativo
  • EU CONVIDAR VOCÊ VIR MINH@ CASA. VOCÊ PODER DIA?
Resposta: SÁBADO QUE-VEM, EU PODER.
  • Que-horas e Quantas-horas
Na LIBRAS, para se referir a horas, usa-se a mesma configuração dos numerais para quantidade e, após doze horas, não se continua a contagem, começa-se a contar novamente: 1 HORA, 2 HORA, 3 HORA, etc, acrescentando o sinal TARDE, quando necessário, porque geralmente pelo contexto já se sabe se está se referindo à manhã, tarde, noite ou madrugada.
A expressão interrogativa QUE-HORAS? (um apontar para o pulso), está relacionada ao tempo cronológico, exemplo:
(32) QUE-HORAS
  • AULA COMEÇAR QUE-HORAS AQUI?
  • VOCÊ TRABALHAR COMEÇAR QUE-HORAS?
  • AULA TERMINAR QUE-HORAS?
  • VOCÊ ACORDAR QUE-HORAS?
  • VOCÊ DORMIR QUE-HORAS?
Já a expressão interrogativa QUANTAS-HORAS ( um círculo ao redor do rosto) está sempre relacionada ao tempo gasto para se realizar alguma atividade, exemplos:
interrogativo
(33) QUANTAS-HORAS
  • VIAJAR SÃO-PAULO QUANTAS-HORAS?
  • TRABALHAR ESCOLA QUANTAS-HORAS?
  • Expressões idiomáticas relacionadas ao ano sideral

Na LIBRAS há 2 sinais diferentes para a idéia “dia”: um sinal relacionado a dia do mês, que é a datilologia D-I-A, e o sinal DIA (duração), (que tem a configuração de mão em d, batendo na testa no lado direito) Exemplos:
(34) D-I-A AMANHÃ?
AMANHÃ D-I-A 17
(35) VIAJAR RECIFE ÔNIBUS EU CANSAD@ DIA-2
“Eu estou cansada porque viajei 2 dias de ônibus para o Recife”
Os numerais de 1 a 4 podem ser incorporados aos sinais DIA (duração), SEMA-NA, MÊS e ANO e VEZ, exemplos:
(36) DIA-1, DIAS-2;
(37) SEMANA-1, SEMANA-2, SEMANA-3, SEMANA-4;
(38) MÊS-1, MÊS-2, MÊS-3;
(39) ANO-1, AN0-2, ANO-3;
(40) VEZ-1, VEZ-2, VEZ-3, MUIT@-VEZES
A partir do numeral 5, não há mais incorporação e a construção utilizada é formada pelo sinal seguido do numeral segue. Esta construção também pode ser usada para os numerais inferiores a 5, que permitem a incorporação mencionada acima, exemplos:
(41) DIA 4, DIA 20, SEMANA 8, ANO 6
Aos sinais DIA (duração) e SEMANA podem ser incorporadas a freqüência ou duração através de um movimento prolongado ou repetido. Exemplos:
(42) TODOS-OS-DIAS - movimento repetido;
(43) DIA-INTEIRO “o dia todo” - movimento alongado;
(44) TOD@-SEMANA 2ª-FEIRA “ todas as segundas” - mov. alongado,
TOD@-SEMANA 4 a-FEIRA “todas as quartas”
5.4. Numeral na LIBRAS
As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas e valores monetários. Isso também acontece na LIBRAS.
Nesta língua é agramatical, ou seja, errado a utilização de uma única configuração das mãos para determinados numerais que têm configurações específicas que dependem do contexto, por exemplo: o numeral cardinal 1 é diferente da quantidade 1, como em LIVRO 1, que é diferente de PRIMEIRO-LUGAR, que é diferente de PRIMEIRO-ANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, que é diferente de MÊS-1.
Os numerais cardinais, as quantidades, e idade a partir do número 11 são idênticos. Os números 22, 33, 44 e 77 sempre são articulados com a mão apontando para a frente do emissor.
Os numerais ordinais do PRIMEIRO até o NONO têm a mesma forma dos cardinais, mas aqueles possuem movimentos enquanto estes não possuem. Os ordinais do PRIMEIRO até o QUARTO têm movimentos para cima e para baixo e os ordinais do QUINTO até o NONO têm movimentos para os lados. A partir do numeral DEZ, não há mais diferença entre os cardinais e ordinais.
5.4.1. Utilização dos numerais para valores monetários, pesos e medidas
Em LIBRAS para se representar os valores monetários de um até nove reais, usa-se o sinal do numeral correspondente ao valor, incorporando a este o sinal VÍRGULA. Por isso o numeral para valor monetário terá pequenos movimentos rotativos. Pode ser usado também para estes valores acima os sinais dos numerais correspondentes seguido do sinais soletrados R-L “real” ou R-S “reais”.
Para valores de um mil até nove mil também há a incorporação do sinal VÍRGULA, mas aqui o movimento desta incorporação é mais alongando do que os valores anteriores (de 1 até nove reais). Pode ser usado também para estes valores acima os sinais dos numerais corres-pondente seguido de PONTO.
Para valores de um milhão para cima, usa-se também a incorporação do sinal VÍRGULA com o numeral correspondente, mas aqui o movimento rotativo é mais alongado do que em mil. Pode-se notar uma gradação tanto na expressão facial como neste movimento da vírgula incorporada que ficam maiores e mais acentuados : de 1 a 9 < de 1.000 a 9.000 < de 1.000.000 a 9.000.000.
Quando o valor é centavo, o sinal VÍRGULA vem depois do sinal ZERO, mas na maioria das vezes não precisa usar o sinal ZERO para centavo porque o contexto pode esclarecer e os valores para centavos ficam iguais aos numerais cardinais.
fonte: http://www.ines.gov.br/ines_livros/37/37_005.HTM

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