Culturas e Identidades em Questão
Quando falamos sobre cultura muitas coisas podem vir a nossa mente,
há diferentes culturas e diferentes modos de conceituar cultura, depende do
espaço onde ela é discutida.
Aqui, neste espaço lingüístico, usamos o termo
cultura para expressar “jeitos de ser e estar no mundo”, e ressaltaremos a todo
momento os jeitos de ser e estar no mundo do povo surdo, ou seja, a Cultura
Surda.
Sobre Cultura Surda podemos dizer com as palavras de Sá (p.01, 2006) 4
que ““
Cultura”, neste texto, é definida como um campo de forças subjetivas que
dá sentido(s) ao grupo”. No século XXI, mais do que nunca, tem-se dado
extremo valor à estética do corpo e da linguagem, mesmo que ocultamente temse
mantido o paradigma da alta e da baixa cultura.
O discurso que ecoa é que
surdos são pessoas deficientes, que precisam entrar na linha da normalização,
precisam urgentemente ser iguais a maioria, precisam falar, ver, ouvir, andar
fazer parte de uma cultura dita padrão para então serem considerados incluídos
na sociedade.
O embate acontece exatamente porque existe um campo de forças subjetivas
que dá sentido(s) ao grupo, u seja, existe a Cultura Surda e é a língua de sinais a
marca subjetiva que dá sentido(s) a esta cultura.
Os surdos são organizados social e politicamente, possuem um estilo de
viver que é próprio de quem usa a visão como meio principal de obter
conhecimento. A cultura surda é também híbrida e mestiça, pois não se
encontra isolada no mundo, está sempre em contato direto com outras culturas
e evolui da mesma forma que o pensamento humano.
Há narrativas
normalizantes que põem os surdos como pessoas sub-culturais relatando que:
Acho que os surdos não têm uma cultura própria, têm apenas algumas
adequações. (...)
Os surdos interagem com outros surdos, porque eles se
4 SÁ, Nídia Limeira de. Existe uma cultura surda? Artigo disponível em
http://www.eusurdo.ufba.br/arquivos/cultura_surda.doc. Acessado em 28/03/2007.
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