sexta-feira, 17 de junho de 2016

Língua escrita de sinais

Língua escrita de sinais


Já se defendeu que a impossibilidade de uma versão escrita da língua de sinais confirmaria sua invalidade linguística. Pois esta suposição já foi contrariada, o SignWriting consiste em um sistema de escrita da língua de sinais, criado por Valerie Sutton em 1974, capaz de transcrever línguas de sinais do mesmo modo que o Alfabeto Fonético Internacional é capaz em relação as línguas faladas.
Existem, inclusive, títulos de livros infantis que empregam tanto o português, quanto o SignWriting, além de recontar histórias clássicas a partir de personagens surdos como é o caso de “Rapunzel Surda” e “Cinderela Surda”.
Libras e aprendizado do português
O educador Paulo Freire já disse que a “leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Como ensinar uma língua oral-auditiva para uma pessoa que não escuta som algum? É bastante improvável que o aprendizado e a comunicação ocorram satisfatoriamente. Ao contrário do que muito já se defendeu, o aprendizado da Libras é fundamental para o posterior aprendizado do português, que é considerado uma segunda língua para a pessoa surda.
Enfim, é importante entender: o aprendizado da Libras não prejudica o aprendizado do Português.
Pessoas surdas possuem níveis diferentes de compreensão do português escrito, algumas delas com dificuldades que podem inviabilizar o entendimento e interpretação de um texto. Por isso, nem sempre é suficiente incluir um texto escrito para promover acessibilidade para surdos.
Estas dificuldades em muito se relacionam com o emprego de metodologias de ensino inadequadas e ineficientes e que, na maior parte dos casos, excluem a língua de sinais e os recursos visuais e pedagógicos necessários.
De qualquer maneira, o uso de legendas são importantes, ampliam a acessibilidade a pelo menos parte da comunidade surda.
O projeto “Videoteca – Cinema Nacional Legendado”, patrocinado pela Petrobrás e realizado pela Associação de Reabilitação e Pesquisa Fonoaudiológica (ARPEF), por exemplo, foi responsável pela legendagem de 60 filmes nacionais, utilizando closed caption, e distribuição gratuita de kits a 100 entidades filiadas à Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS).
O folder do projeto explica que, além do ganho cultural para a comunidade surda, os filmes legendados auxiliam na aquisição e enriquecimento da língua escrita.
Algumas pessoas surdas são capazes de oralizar palavras ou realizar leitura labial, mas não é uma habilidade recorrente, já que comumente as condições sociais e culturais não contribuem para este processo.
Outra curiosidade é que a Libras, embora tenha sofrido alguma influência do português (afinal, são línguas em contato), tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. É que a primeira instituição voltada à educação de surdos no Brasil surgiu em 1857 e teve como professor o conde francês e surdo Ernest Huet.

Nenhum comentário:

Postar um comentário