segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Aspectos estruturais da Libras

Aspectos estruturais da Libras

Postagem evidencia rapidamente os aspectos estruturais da Língua Brasileira de Sinais. 

O que é Libras?
LIBRAS é Língua Brasileira de Sinais, que é a segunda língua oficial do Brasil desde 2005. Derivada tanto de uma língua de sinais autóctone (natural do Brasil) tanto da Língua Gestual Francesa, por isso é semelhante as línguas de sinais européias. Não é uma simples gestualização do português, mas sim uma língua de fato, e completa, independente das línguas orais, e tem itens lexicais, morfológicos, sintáticos e semânticos.

Hã? Lexic... o que?
Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é composta por níveis linguísticos como fonologia, morfologia, sintaxe, semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais tambem existem itens lexicais que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber visual-espacial ou cinésico-visual, para outros.
Então, cabeção, para se aprender a Libras não é necessário só aprender os sinais, mas sim conhecer sua gramática para combinar frases e se comunicar.
Léxico é o acervo de palavras de um determinado idioma, no caso da Libras, acervo de sinais. E todo universo de palavras (sinais) que as pessoas de uma determinada língua têm a disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito. Caracteristica básica do léxico é a mutabilidade, pois está sempre em evolução, sempre há sinais sendo considerados arcaicos, outros incorporados, outros mudam seu sentido, acontecendo de forma gradual e imperceptível.
morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras (no caso da Libras, sinais), olhando para cada sinal isoladamente, não olhando para sua participação na frase ou período.
Semântica  incide sobre arelação entre significantes de sinais e o que representam, sua denotação.
Sintático refere-se a regras sintáticas de um sistema de leis que permite estudar uma linguagem puramente sob o seu aspeto formal, sem referência à significação ou ao uso que dela se faz.

A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma forma que a língua oral. O surdo exposto à lingua de sinais aprende da mesma maneira que a criança ouvinte adquire a língua oral, naturalmente, derivando na necessidade de comunicação.

Aspectos Estruturais
A LIBRAS tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis lingüísticos. Três são seus parâmetros principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s) – (CM), o Movimento – (M) e o Ponto de Articulação – (PA); e outros três constituem seus parâmetros menores: Região de Contato, Orientação da(s) mão(s) e Disposição da(s) mão(s). (FERREIRA BRITO, 1990).

Configuração da mão (CM): é a forma que a mão assume quando o sinal é feito. Pelas pesquisas lingüísticas, foi comprovado que na LIBRAS existem 43 configurações de mãos, sendo que o alfabeto manual utiliza apenas 26 destas para representar as letras.:
Imagem de ESTRUC, Ricardo e PACHECO, Jonas. Curso Básico da Libras. V11.01. Acesso em 18.12.2012. Disponível em <http://www.surdo.org.br> 
Ponto de Articulação (PA): é o lugar do corpo onde será realizado o sinal.

Movimento (M): é o deslocamento da mão no espaço durante a realização do sinal.
  
Alfabeto Manual: 
é a soletração com as mãos. Normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc.
Imagem de ESTRUC, Ricardo e PACHECO, Jonas. Curso Básico da Libras. V11.01. Acesso em 18.12.2012. Disponível em <http://www.surdo.org.br> 


Variações linguísticas na LIBRAS
Assim como o português e qualquer outra língua onde o país é vasto, a Libras também tem variações de sinais de uma região para outra, no mesmo país. Como exemplo podemos citar o sinal verde, que é diferente no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Sem falar em sinais que podem se tornar arcaicos, mudarem seus sentidos, e etc, algo característico de uma língua.

Iconocidade e Arbitrariedade
A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a Libras é produzida e percebida pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais são o desenho no ar do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza lingüística, a realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da Libras é arbitrária, não mantendo relação de semelhança alguma com seu referente. (REBECA, 2012)

Segue alguns exemplos entre sinais icônicos e arbitrários:

Sinais Icônicos
Uma foto é icônica porque reproduz a imagem de algo ou alguem. Assim como alguns sinais da Libras que fazem alusão à imagem do significado, como celular, residência, etc.

Sinais Arbitrários
São sinais que não tem semelhança com o significado.


Para ver detalhes dos temas tratados aqui, recomendo visitar o blog da Priscila Festa http://comunicardicionariolibras.blogspot.com.br/2011/05/introducao-gramatica-da-libras.html onde expõe com detalhes a respeito da gramática em geral da Libras.
Referências:

FERREIRA-BRITO, L. Uma abordagem fonológica dos sinais da LSCB. Espaço: Informativo Técnico-Científico do INES, Rio de Janeiro, v. 1, p. 20-43, 1990.

REBECA Nemer. Acesso em 18 dezembro 2012. Disponível em: <http://www.rebecanemer.com.br/site/content/surdos.php?content=7>

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