quarta-feira, 27 de abril de 2016

Escolas bilíngues

Escolas bilíngues

Esses problemas dão força aos argumentos dos defensores da escola bilíngue em libras-português. O principal deles é que não existe na instituição pública regular uma Educação que trate libras como a língua materna desses alunos, apesar de a Lei nº 9394/96 e o Decreto Federal nº 5.626, de 2005, estabelecerem esse direito. Quando há o Atendimento Educacional Especializado (AEE), ele ocorre, na maioria das vezes, no contraturno e poucos dias por semana, tempo insuficiente para o aprendizado da libras como primeiro idioma. Sem desenvolver o conhecimento da língua materna, os gestos realizados pelo intérprete não passam de mais códigos sem sentido para a criança surda, assim como são as palavras e os números.

Além disso, o método de alfabetização adotado em muitas escolas é o fônico, apoiado nos sons das letras. Nesse caso, a tradução literal feita em sala por um intérprete não funciona. É necessário ensinar o português com uma metodologia condizente com as necessidades do aluno, mais apoiada no uso de recursos visuais.

Os problemas se refletem na baixa presença de crianças surdas nas escolas comuns. Embora as matrículas estejam aumentando, ainda são pouco significativas. De acordo com o Censo Escolar 2012, há 27.540 alunos com surdez matriculados em turmas regulares (leia o gráfico abaixo). Segundo o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, há 800 mil pessoas surdas ou com deficiência auditiva até 17 anos no país.

Na tentativa de garantir a aprendizagem dessas crianças, a comunidade surda se agarra a um tipo de ensino voltado exclusivamente às necessidades delas. Por influência desse grupo, a meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020, em tramitação no Congresso, foi modificada, abrindo a possibilidade de atendimento em escolas bilíngues.

Essa opção, no entanto, não é a ideal, porque não garante o acesso a todos. Manter escolas bilíngues em todos os bairros do país é uma tarefa quase impossível e o acesso escolar é um direito. Além disso, priva a criança de conviver com o diferente. O melhor seria que as instituições regulares fossem capacitadas para atender a todos.

A solução, portanto, pressupõe a elaboração e implementação urgente de políticas públicas que deem suporte à inclusão de crianças surdas. A escola tem de se tornar uma comunidade bilíngue, com livros, filmes e outros materiais adaptados, sinalizações nas duas línguas, oportunidades de trabalho a funcionários surdos e realização de palestras e cursos de libras a todos. O primeiro passo é investir em formação de educadores, fazendo com que a libras seja parte do cotidiano, não se restringindo à sala de AEE. Enquanto o país postergar a adoção de tais medidas, a inclusão desses estudantes existirá apenas no discurso.
Matrículas de surdosCresce acesso à escola regular
Matrículas de surdos: cresce acesso à escola regular
Fonte Censo Escolar

Ninguém fala a mesma língua sobre a alfabetização de surdos

Ninguém fala a mesma língua sobre a alfabetização de surdos. Ilustração: Benett
Quando se trata de alfabetização de crianças e jovens surdos, não existe unidade no país. De um lado, há quem defenda uma Educação inclusiva em escolas regulares, sob o argumento principal de que a convivência com os demais alunos é fundamental ao desenvolvimento. De outro, está grande parte da comunidade surda, que crê que esse público está mais bem assistido, até ao menos o 5º ano do Ensino Fundamental, em instituições de ensino bilíngues, que têm a língua brasileira de sinais (libras) como primeiro idioma. Em um ponto, todos concordam: para que alunos com surdez aprendam a língua portuguesa, precisam ser alfabetizados em libras, e a escola tem um papel fundamental nesse processo.

O psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) afirma no livro A Formação Social da Mente(186 págs., Ed. Martins Fontes, tel. 11/3116-0000, edição esgotada) que a língua não é somente uma forma de comunicação mas também uma função reguladora do pensamento. Aprender a linguagem de sinais é, portanto, imprescindível para que a criança surda tenha plenas chances de se desenvolver. Como mostra o Programa de Avaliação Nacional do Desenvolvimento Escolar do Surdo Brasileiro (Pandesb), quem sabe libras aprende mais e melhor a ler e escrever em português. A prova mediu competências como compreensão de textos e de sinais e qualidade da escrita de mais de 9 mil estudantes com surdez em 15 estados.

É crucial, então, colocar em discussão as políticas necessárias para garantir esse aprendizado. A defesa da escola inclusiva, aberta a todos, tem como fundamento a noção de que o processo de desenvolvimento passa pelo convívio com as diferenças. Afinal, é na Educação Básica que se constrói o alicerce para uma sociedade também inclusiva. Em uma atuação pedagógica voltada a atender cada um - com variados ritmos e formas de aprendizagem -, são adotadas diversas estratégias de ensino benéficas a todos. A convivência possibilita aos ouvintes se apropriarem da libras, enquanto as crianças surdas criam outros meios de se comunicar para além da língua de sinais.

No âmbito político e pensando no que seria ideal para o país, temos de reivindicar escolas públicas para todos, capazes de incluir e garantir o aprendizado a cada aluno. O cerne da questão é como fazer com que isso funcione na prática e que medidas tomar enquanto os problemas não se resolvem. O discurso inclusivo, infelizmente, não veio acompanhado de políticas públicas que o viabilizassem, como investimento em formação adequada de professores para o ensino da libras. O Programa Nacional para Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais (Prolibras), do Ministério da Educação (MEC), por exemplo, certificou somente 6.507 profissionais entre 2006 e 2012, sendo que o país conta com mais de 2 milhões de professores.

Soma-se a isso a falta de intérpretes e a ausência de uma estrutura inclusiva nas escolas. Uma pesquisa realizada por Maura Corcini Lopes e Eliana da Costa Pereira de Menezes, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mostrou que, de 466 alunos surdos contactados, 116 estudavam em 43 escolas inclusivas. Para atendê-los, havia só 23 intérpretes, sendo que 12 atuavam em outras funções, seis eram professores em sala e um trabalhava como itinerante. Em 74% das escolas, não havia outro surdo, além do aluno em questão
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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Teste da Orelhinha

Teste da Orelhinha
O Exame
O exame é feito no berçário em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida Demora de 5 a 10 minutos, não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê Não exige nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e é absolutamente inócuo. A triagem auditiva é feita inicialmente através do exame de Emissões acústicas evocadas(código 51.01.039-9 AMB).
O que são Emissões Otoacústicas?
Emissões Otoacústicas são sons provenientes da cóclea após a apresentação de um estímulo sonoro.
O Exame de Emissões Otoacústicas é o mais recente método para identificação de perdas auditivas em recém-nascidos (neonatos).
Seu objetivo é detectar a ocorrência de deficiência auditiva, já que as emissões otoacústicas estão presentes em todas as orelhas funcionalmente normais. Quando existe qualquer alteração auditiva, ou seja, quando os limiares auditivos se encontram acima de 30 dBNA, elas deixam de ser observadas.
O diagnóstico após os 6 meses traz prejuízos inaceitáveis para o desenvolvimento da criança e sua relação com a família. Infelizmente, no Brasil, a idade média de diagnóstico da perda auditiva neurossensorial severa a profunda é muito tardia, em torno de 4 anos de idade.
Lembre-se de que ouvir é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem.
O Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal (Gatanu) visa aumentar a consciência coletiva para o problema da surdez na infância e a necessidade da detecção precoce.
Fatores de risco para a surdez: Bebê de 0 a 28 dias
HISTÓRIA FAMILIAR - ter outros casos de surdez na família
INFECÇÃO INTRAUTERINA - provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose
ANOMALIAS CRÂNIO-FACIAIS - deformações que afetam a orelha e/ou o canal auditivo (p.ex.: duto fechado)
PESO INFERIOR A 1.500 GR AO NASCER
HIPERBILIRUBINEMIA - doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirubina. Ele precisa tomar banho de luz e fazer exosangüíneo transfusão
MEDICAÇÃO OTOTÓXICAS - uso de antibióticos do tipo aminoclicosídeos que podem afetar o ouvido interno
MENINGITE BACTERIANA - a surdez é umas das conseqüências possíveis quando o bebê tem este tipo de meningite
NOTA APGA MENOR DO QUE 4 NO PRIMEIRO MINUTO DE NASCIDO E MENOR DO QUE 6 NO QUINTO MINUTO - Todo bebê quando nasce, recebe uma nota, composta por uma avaliação que inclui muitos fatores. Agpa era o nome do médico que inventou o teste.
VETILAÇÃO MECÂNICA EM UTI NEONATAL POR MAIS DE 5 DIAS - quando o bebê teve que ficar entubado por não conseguir respirar sozinho
OUTROS SINAIS FÍSICOS ASSOCIADOS À SÍNDROMES NEUROLÓGICAS - p.ex.: Síndrome de Down ou de Waldemburg
Fatores de risco para a surdez: Crianças de 29 dias a 2 anos
OS PAIS DEVEM OBSERVAR SE HÁ ATRASO DE FALA OU DE LINGUAGEM - aos 7 meses ele já deve imitar alguns sons; com 1 ano já deve falar cerca de 10 palavras e com 2 anos o vocabulário deve estar em torno de 100 palavras ;
MENINGITE BACTERIANA OU VIRÓTICA - esta é a maior causa de surdez no Brasil;
TRAUMA DE CABEÇA ASSOCIADA À PERDA DE CONSCIÊNCIA OU FRATURA CRANIANA MEDICAÇÃO OTOTÓXICA - uso de antibióticos do tipo aminoglicosídeos que podem afetar o ouvido interno ;
OUTROS SINAIS FÍSICOS ASSOCIADOS À SÍNDROMES NEUROLÓGICAS - p.ex.: Síndrome de Down e de Waldemburg;
Infecção de ouvido persistente ou recorrente por mais de 3 meses.
Fatores de risco para a surdez: Adultos
Uso continuado de walkman ;
Trabalho em ambiente de alto nível de pressão sonora;
Infecção de ouvido constante.
Fatores de risco para a surdez: A Audição
A audição começa a partir do 5º mês de gestação e se desenvolve intensamente nos primeiros meses de vida. Qualquer problema auditivo deve ser detectado ao nascer, pois os bebês que têm perda auditiva diagnosticada cedo e iniciam o tratamento até os 6 meses de idade apresentam desenvolvimento muito próximo ao de uma criança ouvinte.
O Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas na Infância é formado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, Sociedade Brasileira de Otologia, Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Conselho Federal de Fonoaudiologia, Federação Nacional de Pais e Amigos dos Surdos (Fenapas), Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis)
Biliografia
Fonte: www.pgr.mpf.gov.br: acessado em 04/09/2006
Fonte:www.acessobrasil.org.br : acessado em 04/09/2006.
Pesquisa realizada pela aluna Eriane Nascimento Pinto, 7° período da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa- Universidade Federal Fluminense.
Monitora: Eriane Nascimento Pinto
Fonte esxtraída do do site :http://www.uff.br/disicamep/teste_da_orelhinha.htm

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O surdo e a sexualidade


Ao abordar a sexualidade dos surdos se faz necessário resgatar as concepções teóricas que permeiam este tema, apesar de que algumas definições são discutidas há décadas. Para Vygotsky (1984, p.89; 2001) a surdez se define como “um estado normal e não patológico para a criança surda, e o defeito só se é sentido de um modo mediatizado, secundário como resultado de sua experiência social refletida”. Afirma ainda que a linguagem regula a atividade psíquica humana, pois ela é responsável pela estruturação dos processos cognitivos. Com isso, é assumida como constitutiva do sujeito, pois possibilita as interações fundamentais para a construção do conhecimento. Conforme Sá (2002) uma pessoa surda é alguém que vivencia um déficit de audição que o impede de adquirir, de maneira natural, a língua oral/auditiva usada pela comunidade majoritária e que constrói sua identidade baseada principalmente nesta diferença, fazendo uso de estratégias cognitivas e de manifestações culturais diferentes da maioria das pessoas que ouvem. As pessoas com deficiência auditiva e ou Surdo - indivíduo que faz uso da LIBRAS e que é membro de uma comunidade Surda - também possuem a sua sexualidade em formação e em desenvolvimento e faz uso desta em suas relações como qualquer outro ser humano.

Os surdos que participam de Comunidades e ou Associações Surdas assumem uma cultura própria e o surdo que frequenta estas comunidades adquirem uma identidade surda, ou seja, características peculiares, como por exemplo: seus debates e teatro abordam questões de relacionamento, educação e visão de mundo das pessoas Surdas. Alguns autores que abordam a surdez confirmam que na cultura surda as pessoas surdas usam a língua de sinais e compartilham crenças de pessoas surdas entre si e com outras pessoas que não são surdas. Corrobora-se também que com base no que foi escrito anteriormente, a definição da surdez foi influenciada historicamente pela tradição médico terapêutica e posteriormente a abordagem educacional aos surdos, isto fez com que não fosse incluída e considerada a experiência da surdez e o contexto psicossocial e cultural onde a pessoa surda se desenvolve (FELIPE, 2007; PADDEN, 1989: 45 apud FELIPE 2007; BENTO, 2005).

Segundo Felipe (2007), “existe uma diferença entre ser Surdo e ser deficiente auditivo. “Deficiente” estigmatiza a pessoa porque mostra sempre o que ela não tem, em relação às outras e não mostra o que ela pode ter de diferente e com isso, acrescentar às outras pessoas”. Para Thoma & Lopes (2004) “surdez é um traço que coloca quem a possui no limite entre aquele que é inválido e aquele que pode ser reabilitado, “tratado” ou “educado” e isto é encontrado nos surdos alienados aos desejos científicos, religiosos e clínicos”.

Surdo para Felipe (2007) aprende e fala com as mãos, a língua de sinais, e através desta convive com pessoas que percebem o mundo pela visão, e isso faz com que elas sejam diferentes e não necessariamente deficientes. A diferença está no modo de apreender o mundo, gerando valores e comportamento comum, compartilhado bem como tradições sócio-interativas. O Surdo está politicamente atuando para ter seus direitos de cidadania e aspectos linguísticos respeitados. Capovilla (2001) acrescenta que Surdo se designa a pessoa que pertence a uma condição antropológica de membro da Comunidade Surda que se identifica com seus valores culturais e se distingue pelo uso da Língua de Sinais.

Freud (1976; 1997) defende que a sexualidade se caracteriza por grande plasticidade, tendo a ver com a história pessoal de cada um. Ela envolve toda uma série de excitações e atividades presentes desde a infância. Não tem a ver com um objeto, tão pouco com um objetivo. Ela perpassa a necessidade fisiológica, relacionando-se ao desejo. De acordo com as teorias da psicanálise, todos os seres humanos já nascem com a sexualidade, e passarão por diversas fases, cada uma com suas próprias características de comportamento.

Desta forma, percebe-se que o sujeito irá exercer ou praticar esta sexualidade tomando por base as informações e experiências adquiridas durante sua vida, se na infância o surdo foi reprimido com relação as suas curiosidades, a sua sexualidade poderá se desenvolver de forma positiva ou negativa a depender da estrutura psíquica do indivíduo construída ao longo de suas vivências. Aprendemos o que nos é ensinado ou somos mediados por nossos cuidadores, seja um pai, uma mãe, uma tia ou avô e levamos isto para nossa convivência social, extrafamiliar.

Esta convivência irá corroborar ou não o que aprendemos no seio familiar. Muitas vezes, o que irá fazer com que pratiquemos o que foi aprendido ou ensinado é a forma como nossa relação com os entes familiares foi construída: confiança, afeto, diálogo, medo, insegurança ou frequentes punições. Outros autores (CRUZ & OLIVEIRA, 2002) defendem que a sexualidade está ligada ao modo como os seres humanos se relacionam, envolve também sentimentos e experiências, assim como está vinculada aos aspectos biológicos, contudo, abrange muito mais do que isto, não se limitando aos órgãos sexuais e ao ato sexual ou ao sexo, mas ao corpo inteiro, total, real e fantasioso.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO -

A importância da libras na construção da sexualidade da pessoa com surdez

A importância da libras na construção da sexualidade da pessoa com surdez
Introdução
As informações que os deficientes auditivos possuem sobre a sexualidade são escassas, contribuindo para uma não prevenção de doenças sexualmente transmissíveis ou gravidezes indesejadas, tendo a família e a escola como principais esclarecedores no processo de construção da sexualidade. Esta envolve sentimentos e experiências estando associada aos aspectos biológicos, inclui não somente o genital como também as atividades afetivas, as formas de sentir, de gostar, de amar englobando todo o comportamento do ser humano (CRUZ & OLIVEIRA, 2002).
É perceptível que o surdo assimila as informações do ouvinte não conhecedor da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como um estrangeiro, ele tem que interpretar o diálogo de acordo com o contexto vivenciado e nesta tentativa de interpretar a informação cometem erros na interpretação, perdem tópicos importantes da comunicação; os ouvintes por sua vez tentam através de mímicas ou gestos expressar a informação. As primeiras informações que circundam a sexualidade são dadas através do convívio social, da troca de informações cotidianas, no ambiente familiar e escolar a priori, sendo de alta relevância a maneira pela qual se introjetam os valores, normas e os papéis sociais que surgem no decorrer da sexualidade, pois é por meio da comunicação e do diálogo que o conjunto de significados orientará todo o comportamento sexual do indivíduo. A interação se dará principalmente fazendo uso da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, com esta a comunicação com os surdos será efetiva e assimilada completamente.
Nota-se que, como qualquer ser humano o surdo também possui sexualidade: paquera, conquista, namora, beija, tem relação sexual, convive, mora junto, casa, tem filhos, etc.; como outro surdo ou como um ouvinte qualquer. O surdo que é membro de uma comunidade surda busca por seus direitos e por uma educação básica e superior; debate e procura estar atualizado sobre os acontecimentos da sociedade, ou seja, possui informações e troca de experiências diversas sobre a sua prática no que toca a um ser social.
A sexualidade propriamente dita tem seu inicio na adolescência. Segundo Vitiello (1997), o que ocorre nesta fase é determinante na caracterização do novo adulto, influenciando na estrutura da personalidade, nas aquisições comportamentais, nos valores e novos papéis sociais. Assim sendo, a sexualidade vinculada ou não a adolescência vem sendo um dos assuntos mais estudados, seja por abranger aspectos sociais e sexuais, seja por trazer em relevo as relações interpessoais. E isto não é diferente com os jovens surdos apesar de possuir cultura diferente comparada a cultura do ouvinte.
Como defende o MEC (2006) a linguagem permite ao ser humano estruturar e expressar o que pensa e sente; a linguagem tanto na forma verbal como em outras formas ainda tem uma posição mister para transmitir conceitos e sentimentos e também fornece elementos para a expansão do conhecimento; estando ela embutida no próprio sistema nervoso humano. Na linguagem existem dois processos: o verbal e o não verbal, um indivíduo a depender das necessidades e de suas limitações irá desenvolver os dois processos ou apenas um, mas todos os indivíduos humanos nascem com a predisposição para a aquisição da fala. A sua principal função é o intercâmbio social.
O presente estudo visa analisar e refletir através de uma pesquisa bibliográfica a importância da LIBRAS na construção da sexualidade do surdo. Vale ressaltar que os tópicos principais descritos neste trabalho merecem estudo mais profundo e cauteloso para que possam corroborar que a pessoa com deficiência auditiva possa ter assegurado o desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura, como qualquer outra pessoa.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO -

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O desafio de ensinar Língua Portuguesa a alunos surdos

O desafio de ensinar Língua Portuguesa a alunos surdos

Conheça as expectativas de aprendizagem para esses estudantes, desde a Educação Infantil até o 9º ano. Flexibilizar atividades e investir em experiências visuais contribuem para a inclusão


Ensinar uma língua escrita para quem desconhece a oralidade é um desafio para todos os professores com alunos surdos em suas turmas. As principais dificuldades não decorrem da surdez em si, mas da falta de conhecimento da Língua Portuguesa falada. Hoje, boa parte desses estudantes comunica-se com a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua visual-espacial, que possui estrutura própria.
Para ajudá-lo a incluir os estudantes com deficiência auditiva, organizamos uma síntese das principais expectativas de aprendizagem para esses alunos na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, quando matriculados em turmas regulares, com base nas principais orientações curriculares para o ensino de Língua Portuguesa para pessoas surdas, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
É importante lembrar que, mesmo que não alcancem os mesmos resultados obtidos pelos alunos ouvintes, os estudantes com deficiência auditiva precisam participar de todas as aulas. Se o aluno surdo ainda não for capaz de escrever um texto, faça com que ele contribua para as atividades escrevendo listas ou frases sobre o tema abordado. Produções coletivas ou em pequenos grupos também ajudam o aluno a se expressar melhor pela escrita. O importante é que ele sempre conte com o apoio visual da escrita. O professor deve registrar todas as atividades e utilizar recursos diferenciados - como letras móveis ou cores diferentes para designar elementos distintos de uma frase, por exemplo. Fazer com que o aluno surdo sente-se nas carteiras da frente é outra medida essencial, assim como atuar em conjunto com o Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Educação Infantil
A maioria das crianças surdas nasce em famílias de ouvintes. Por isso, só aprende Libras quando entra na creche ou na pré-escola. Ao final desse período, espera-se que essas crianças consigam narrar histórias simples na língua de sinais. Utilizar cartazes com a representação de palavras em Libras e em Língua Portuguesa é uma ação que ajuda a por as crianças com deficiência auditiva em contato com a Língua Portuguesa escrita desde cedo - já que a apreensão desta língua é visual para o aluno surdo.
As imagens também devem ser bem exploradas pelos educadores durante os momentos de leitura. É importante que os pequenos possam observar as ilustrações e compreendê-las como elementos complementares à narrativa. O mesmo vale para a elaboração de listas. O educador pode organizá-las com as imagens dos objetos e os nomes correspondentes escritos em português e em sinais. O uso de DVDs de histórias contadas em Libras por outras crianças ou de DVDs de brincadeiras com regras interpretadas em Libras associadas às imagens são recursos importantes no dia a dia da pré-escola.
Embora todas as escolas regulares com alunos surdos matriculados tenham o direito de contar com um intérprete de Libras, é imprescindível que, desde muito pequena, a criança com deficiência auditiva seja orientada a olhar para o rosto do interlocutor. Assim, ela poderá observar expressões, gestos e sinais para, aos poucos, adquirir a capacidade de fazer a leitura orofacial, que será útil para as aprendizagens futuras e para a interação com os outros.

O erro mais comum
Tentar "oralizar" a criança surda - mesmo as que possuem resquícios de audição. O ideal é que todos dominem Libras para então aprender uma segunda língua, que é a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita. A tentativa de oralização prejudica o desenvolvimento, pois impede que a criança aprenda tanto a Língua Portuguesa falada quanto a Libras.

Ensino Fundamental I
Ao chegar ao 1º ano, espera-se que os alunos com deficiência auditiva que passaram pela Educação Infantil saibam comunicar-se em Libras e sejam capazes de escrever o próprio nome. Mas vale lembrar que essas crianças começam o Ensino Fundamental sem conhecimento da Língua Portuguesa falada e, por isso, não partem do mesmo princípio que os alunos ouvintes para aprender a ler e a escrever.
A apropriação do sistema alfabético, nesses casos, se dá através da visão e, por isso, o planejamento de atividades intensas de leitura com interpretação em Libras e com a utilização de recursos visuais (como imagens e letras móveis) são ações fundamentais para que a criança seja alfabetizada em um contexto de letramento.

Orientações
Ao contar histórias para o aluno com deficiência auditiva, faça com que ele observe detalhes da escrita e da ilustração. As palavras grafadas sempre devem estar associadas ao seu significado interpretado em Libras. Elabore atividades de escrita de listas e organize coleções com a turma. Crachás com os nomes de todos podem ser usados em sala, assim como desenhos relacionados a palavras - a memória visual, para a criança com deficiência auditiva é muito importante.
O maior desafio para o aluno surdo é que ele compreenda a língua como prática social. O acesso a diferentes materiais escritos, portanto, é crucial para ampliar o conhecimento linguístico do aluno e fazer com que ele consiga produzir textos coerentes em Língua Portuguesa até o final do 5º ano.

Uma boa experiênciaAo receber uma aluna surda no 1º ano, a professora Graziele Kathleen Tavares Santana de Albuquerque, da EMEF Professora Dulce Bento Nascimento, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, a 83 quilômetros de São Paulo, colocou em prática os conhecimentos do curso de Libras que fez. Por tratar-se de uma classe de alfabetização, Graziele decidiu ensinar Língua Portuguesa escrita e Libras para toda a turma. "Eu percebi que as crianças queriam encontrar formas de se comunicar com a colega que não ouvia", conta. Para tanto, ela organizou jogos em Língua Portuguesa escrita, língua de sinais e imagens; fixou cartazes relacionando palavras, imagens e sinais; utilizou o dicionário trilíngue e leu histórias para as crianças interpretando-as em Libras. Aos poucos, as leituras passaram a ser interpretadas na língua de sinais pelos próprios colegas ouvintes.
O trabalho com a aluna do 1º ano - que continuou ao longo do 2º ano - fez com que Graziele conseguisse incluir a escola em um projeto da Prefeitura de Campinas. Para atender a demanda por intérpretes, a Secretaria de Educação criou as Escolas Pólo, localizadas em pontos estratégicos do município para incluir alunos com deficiência auditiva. Essas escolas contam com intérpretes para as aulas nas turmas regulares; um instrutor surdo, que ensina Libras aos que ainda não a dominam; e uma sala bilíngue - hoje, sob responsabilidade da professora Graziele - que oferece atendimento especializado aos alunos com deficiência auditiva na disciplina de Língua Portuguesa.

Ensino Fundamental II
A partir do 6º ano, espera-se que o aluno com deficiência auditiva seja capaz de escrever textos coerentes, mesmo que simples. Vale lembrar que coerência e coesão são qualidades distintas - a primeira refere-se à forma do texto, enquanto a segunda diz respeito aos aspectos semânticos. Devido às diferenças estruturais entre língua de sinais e língua oral, é comum que o aluno surdo tenha dificuldades para escrever textos coesos. Poucos conseguem fazer o uso correto de morfemas e as ligações entre palavras, orações e parágrafos. O mais importante é atentar para a coerência nas produções, mas isso não quer dizer que o educador não precise elaborar atividades regulares de leitura e de reestruturação de texto, para que o aluno aproprie-se cada vez mais da Língua Portuguesa escrita - considerada como segunda língua para os usuários de Libras.
Orientações
Nesta etapa, é desejável que o estudante consiga interpretar e reconhecer textos de diferentes gêneros - biográficos, jornalísticos, científicos, crônicas, contos, poesia, relatos históricos etc. Ele vai precisar dominar o uso escrito da Língua Portuguesa para estruturar experiências e explicar a própria realidade. Organizar esquemas e estimular a produção escrita de notas e textos de opinião ajuda o aluno nesse processo. Atividades de leitura compartilhada em pequenos grupos; de leitura em Libras feita pelo intérprete ou pelo professor; e de leituras autônomas conferem mais segurança ao aluno.
Antes de ingressar no Ensino Médio, respeitadas as limitações, o aluno surdo precisa ser capaz de refletir sobre os principais aspectos da Língua Portuguesa. Mas lembre-se: o tempo de aprendizagem da pessoa com deficiência auditiva é diferente do de alunos ouvintes. Invista nas situações de sistematização de conteúdos, apresente ao aluno o que será feito, amplie o tempo de realização das atividades e atue sempre em conjunto com o profissional da sala de recursos, responsável pelo AEE.
Uma boa experiência
Os cerca de 900 alunos da Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Conceição, em São José, região metropolitana de Florianópolis, convivem perfeitamente com os 45 colegas com deficiência auditiva. A escola tem oito intérpretes de Libras que acompanham as aulas em todas as turmas regulares, além de uma instrutora surda, que ensina Libras aos alunos com deficiência auditiva que ainda não a dominam. Os estudantes surdos também praticam a leitura no Atendimento Educacional Especializado, no contraturno. Tudo isso é possível graças ao apoio da Secretaria Estadual de Educação, por meio da Fundação Catarinense de Educação Especial.
O professor João Batista de Souza explora elementos visuais para ensinar Língua Portuguesa escrita aos alunos. Para trabalhar os verbos, ele elaborou tabelas com letras grandes, fixadas nas paredes da sala com as conjugações. O professor também criou ícones que indicam os diferentes tempos verbais. Para ensinar conteúdos como o vocativo, por exemplo, João mostrou diferentes modelos de correspondências aos alunos, destacou elementos importantes nas cartas e pediu para que os estudantes produzissem as próprias mensagens.
Para ensinar os numerais ele tirou cópias de folhas de talão de cheque e de notas fiscais para que fossem preenchidas pela turma. "Procuro trabalhar textos que estejam de acordo com o cotidiano dos alunos. Conteúdos que são trabalhados na 5ª série com os ouvintes precisam ser reforçados anualmente com os surdos. Cada texto é lido duas ou três vezes durante as aulas. Eles costumam confundir gêneros, trocam sinais de pontuação, cometem erros de concordância e apresentam vocabulário restrito. Mas conseguimos trabalhar esses pontos para que todos avancem", conta o professor, que também domina a Libras.

Bibliografia

http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/desafio-ensinar-lingua-portuguesa-alunos-surdos-613092.shtml?page=0

Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para Educação Infantil e Ensino Fundamental: Língua Portuguesa para pessoa surda. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 112 págs., 2008.
Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem:Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 128 págs., 2008.
Passos para a inclusão. Rossana Ramos, 48 págs., Editora Cortez, tel. (11) 3611-9616, 12 reais.

Atividades de Natal em Libras



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Atividades de vogais em Libras





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Atividades de Vogais em Libras





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Atividades com Vogais em Libras



Atividade de Encontro vocálico em Libras

Atividade Encontro Vocálico em Libras



Atividades para festa Junina em Libras

Atividades para Festa Junina em Libras








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